Dia do Parque Natural de Montesinho /30Agosto

 

“A riqueza natural e paisagística do maciço montanhoso Montesinho – Coroa e os valiosos elementos culturais das comunidades humanas que ali se estabeleceram justificam que urgentemente se iniciem ações com vista à salvaguarda do património e à animação sócio – cultural das populações”.
Constitui este parágrafo o início do preâmbulo do Decreto-Lei nº 355/79, de 30 de agosto, que classificou a parte norte dos concelhos de Bragança e Vinhais como Parque Natural. Este estatuto justificava-se, assim, face aos valores naturais, paisagísticos e humanos da região, à recetividade das autarquias locais para a salvaguarda do património dos seus concelhos e freguesias e às potencialidades de recreio e desporto ao ar livre que a região possui.
Na área do PNM existem populações e comunidades animais representativas da fauna ibérica e europeia ainda em relativa abundância e estabilidade, incluindo muitas das espécies ameaçadas da fauna portuguesa, bem como uma vegetação natural de grande importância a nível nacional e mesmo mundial que, associadas à reduzida pressão humana verificada em quase todo o seu território, permite que grande parte dos processos ecológicos evoluam em padrões muito próximos dos naturais. Todos estes valores, exemplares em termos de conservação da Natureza, justificam a aplicação de medidas de proteção adequadas a uma zona que constitui património nacional e europeu.

Várias circunstâncias concorreram para que o território do PNM chegasse aos dias de hoje encerrando uma biodiversidade diferencial no contexto do espaço nacional, ibérico e europeu. À sua situação particular de ecótono entre o meridional bioma mediterrânico e as particularidades Euro siberianas proporcionadas pelo prolongamento Sul das cordilheiras atlânticas da Península Ibérica, junta-se o seu caráter periférico relativamente aos grandes eixos de desenvolvimento urbano de Portugal e Espanha, preservando comunidades e habitats com caráter sustentável praticamente inexistentes nos âmbitos temporais e espaciais que enquadram o PNM. Por outro lado, destaca-se uma base também diversificada, tanto do ponto de vista da sua história geológica, como do seu caráter de montanha condicionador do clima, hidrologia e solo.

Nas componentes vegetal, fúngica e animal dos valores naturais do PNM destacam-se as biocenoses características de litologias raras presentes neste território, como sejam as relativas aos afloramentos ultrabásicos, assim como maciços consideráveis de bosques caracteristicamente climáticos, e de comunidades arbóreas ripícolas, a grande riqueza do micota do PNM, principalmente o seu caráter inovador ao nível da sua conservação, e a fauna, especialmente rica e diversificada, quer ao nível dos mamíferos quer ao nível das aves ou mesmo dos répteis. Tal riqueza é ainda complementada por importante fauna semiaquática de espécies com estatuto privilegiado em termos de conservação da natureza. No seu conjunto, estes componentes – flora e vegetação, fungos e fauna – preenchem o valor natural do PNM com tanto de raro como de funcional.

O Parque Natural de Montesinho possui um rico património sociocultural com práticas quotidianas vindas de usos e costumes ancestrais, embora já marcadas pelas crescentes mobilidades das gentes e pelas inovações tecnológicas. As festas, são um exemplo disso, sendo um elo de ligação entre as aldeias e um pretexto para o reencontro de famílias e amigos. Têm especial valor as antiquíssimas «Festas dos Rapazes», realizadas principalmente na zona da Lombada por altura do Natal ou dos Reis, segundo o costume de cada aldeia. Outra das facetas da cultura regional é a música tradicional, que acompanha sempre as festividades e onde se destacam as sonoridades celtas da gaita de foles.
São notáveis ainda os exemplos de arquitetura popular que, utilizando os materiais característicos de cada região, resultam de milhares de anos de aperfeiçoamento e adaptação ao ambiente. Há também aspetos exclusivamente funcionais na arquitetura popular dignos de destaque, como os pombais, os moinhos e as forjas do povo.

“A riqueza natural e paisagística do maciço montanhoso Montesinho – Coroa e os valiosos elementos culturais das comunidades humanas que ali se estabeleceram justificam que urgentemente se iniciem ações com vista à salvaguarda do património e à animação sócio – cultural das populações”.
Constitui este parágrafo o início do preâmbulo do Decreto-Lei nº 355/79, de 30 de agosto, que classificou a parte norte dos concelhos de Bragança e Vinhais como Parque Natural. Este estatuto justificava-se, assim, face aos valores naturais, paisagísticos e humanos da região, à recetividade das autarquias locais para a salvaguarda do património dos seus concelhos e freguesias e às potencialidades de recreio e desporto ao ar livre que a região possui.
Na área do PNM existem populações e comunidades animais representativas da fauna ibérica e europeia ainda em relativa abundância e estabilidade, incluindo muitas das espécies ameaçadas da fauna portuguesa, bem como uma vegetação natural de grande importância a nível nacional e mesmo mundial que, associadas à reduzida pressão humana verificada em quase todo o seu território, permite que grande parte dos processos ecológicos evoluam em padrões muito próximos dos naturais. Todos estes valores, exemplares em termos de conservação da Natureza, justificam a aplicação de medidas de proteção adequadas a uma zona que constitui património nacional e europeu.

Várias circunstâncias concorreram para que o território do PNM chegasse aos dias de hoje encerrando uma biodiversidade diferencial no contexto do espaço nacional, ibérico e europeu. À sua situação particular de ecótono entre o meridional bioma mediterrânico e as particularidades Euro siberianas proporcionadas pelo prolongamento Sul das cordilheiras atlânticas da Península Ibérica, junta-se o seu caráter periférico relativamente aos grandes eixos de desenvolvimento urbano de Portugal e Espanha, preservando comunidades e habitats com caráter sustentável praticamente inexistentes nos âmbitos temporais e espaciais que enquadram o PNM. Por outro lado, destaca-se uma base também diversificada, tanto do ponto de vista da sua história geológica, como do seu caráter de montanha condicionador do clima, hidrologia e solo.

Nas componentes vegetal, fúngica e animal dos valores naturais do PNM destacam-se as biocenoses características de litologias raras presentes neste território, como sejam as relativas aos afloramentos ultrabásicos, assim como maciços consideráveis de bosques caracteristicamente climáticos, e de comunidades arbóreas ripícolas, a grande riqueza do micota do PNM, principalmente o seu caráter inovador ao nível da sua conservação, e a fauna, especialmente rica e diversificada, quer ao nível dos mamíferos quer ao nível das aves ou mesmo dos répteis. Tal riqueza é ainda complementada por importante fauna semiaquática de espécies com estatuto privilegiado em termos de conservação da natureza. No seu conjunto, estes componentes – flora e vegetação, fungos e fauna – preenchem o valor natural do PNM com tanto de raro como de funcional.

O Parque Natural de Montesinho possui um rico património sociocultural com práticas quotidianas vindas de usos e costumes ancestrais, embora já marcadas pelas crescentes mobilidades das gentes e pelas inovações tecnológicas. As festas, são um exemplo disso, sendo um elo de ligação entre as aldeias e um pretexto para o reencontro de famílias e amigos. Têm especial valor as antiquíssimas «Festas dos Rapazes», realizadas principalmente na zona da Lombada por altura do Natal ou dos Reis, segundo o costume de cada aldeia. Outra das facetas da cultura regional é a música tradicional, que acompanha sempre as festividades e onde se destacam as sonoridades celtas da gaita de foles.
São notáveis ainda os exemplos de arquitetura popular que, utilizando os materiais característicos de cada região, resultam de milhares de anos de aperfeiçoamento e adaptação ao ambiente. Há também aspetos exclusivamente funcionais na arquitetura popular dignos de destaque, como os pombais, os moinhos e as forjas do povo.”

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