Em Bragança, os homens a quem competia a análise e o deferimento dos assuntos de interesse local e de justiça reuniam-se na casa da Câmara, edifício de traça medieval, fruto de revivalismo arquitetónico, que passaria a ser designado como Domus Municipalis.
Aparentemente um dos principais objetivos desta construção consistia na valorização efetiva de uma nascente e a recolha das águas pluviais, com importância crucial num núcleo populacional amuralhado. Por estes motivos, este edifício integra uma cisterna bem lavrada, com abóbada de cantaria reforçada com três arcos torais, bem configurada e apta a recuperar a precipitação da cobertura exterior.
O seu corpo alteia-se um pouco por não ficar totalmente enterrado. Alguns elementos da construção deixam perceber a existência de anexos com coberturas que também descarregavam a água das chuvas para a cisterna.
Ainda assim, os seus alçados consentem um plano superior, integralmente ocupado por uma ampla sala de reuniões.
A iluminação processa-se, em sucessão contínua, a partir de janelas com arco de volta perfeita, sendo o seu perímetro pentagonal percorrido interiormente por um banco de pedra. Pelos aspetos funcionais não será de estranhar que nos documentos antigos seja apelidada como Cisterna, umas vezes, e como Casa da Câmara, outras vezes.
Pelos anos de 1936, sob a tutela da Direção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, este singular espécime da arquitetura civil românica, embora alçado num tempo em que as regras do gótico mostravam a sua pujança, seria reconstruído.
Classificação
Monumento Nacional (MN) – Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136, de 23-06-1910