O Castelo de Bragança fica situado na freguesia de Santa Maria, no centro histórico da cidade, concelho e distrito de Bragança, em Portugal.
É aí, em Trás-os-Montes, no extremo nordeste de Portugal e à margem do rio Fervença, que se encontra este que é um dos mais importantes e bem preservados castelos portugueses.
Do alto dos seus muros podem ser avistadas a serra de Montesinho, a serra de Sanabria, a serra de Rebordões e a serra de Nogueira.
História do Castelo de Bragança
O crescimento urbano desta cidade transmontana está intimamente ligado ao Castelo de Bragança.
O perímetro inicial da cidadela brigantina defendia a antiga vila medieval, mas a malha urbana começou a estender-se extramuros, de tal modo que Bragança acabaria sendo elevada à categoria de cidade.
Contudo, a situação estratégica de Bragança já tinha sido aproveitada para a edificação de um castro, que mais tarde foi metamorfoseado numa fortificação romana, de onde se vigiavam e controlavam importantes redes viárias militares.
Tendo-lhe sido restaurado o nome de “Brigância” após a chegada dos povos germânicos, esta cidade transmontana conheceu as incertezas e os conflitos entre árabes e cristãos.
Foi devido a essas devastadoras incursões que a povoação teve de se deslocar para o outeiro da Benquerença, nas imediações do rio Fervença, fato esse que ocorreu durante o reinado de D. Afonso Henriques.
Da demolida “Brigância” foram recuperados e reutilizados inúmeros materiais antigos, edificando-se no século XII um belíssimo castelo que serviria para proteger a renovada povoação.
No entanto, alguns anos mais tarde, a vila de Benquerença seria novamente arrasada pelos exércitos muçulmanos.
O rei D. Sancho I de Portugal mandou que se repovoassem e reconstruíssem casas e fortaleza, com tal êxito que, em 1293, D. Dinis acrescentaria à vila um segundo pano de muralhas de proteção.
O Castelo de Bragança seria alvo de obras de beneficiação durante o reinado de D. Fernando, enquanto que, já no reinado de D. João I se procedeu à sua ampliação.
Já depois das lutas da Reconquista, Bragança continuou a registar importantes acções militares contra o seu castelo medieval. Diversas disputas fronteiriças entre Leão e Portugal continuaram a ocorrer no século XIII, ficando destruída grande parte do perímetro defensivo brigantino.
No reinado de D. Fernando, as lutas entre Castela e Portugal acabaram por conduzir ao cerco e ocupação da cidadela de Bragança, sendo que esta apenas voltou para as mãos nacionais após a assinatura do Tratado de Alcoutim.
Mais tarde, com o casamento de D. Afonso, filho de D. João I, e de D. Beatriz, filha de D. Nuno Álvares Pereira, deu-se início à famosa Casa de Bragança e a cidade ficaria umbilicalmente ligada a esta importante linhagem da nobreza portuguesa.
Em 1580, durante a crise da sucessão, Bragança permaneceu fiel à causa nacional, apoiando o malogrado D. António, Prior do Crato.
Os Ataques Militares ao Castelo de Bragança
O rol de destruições prosseguiu com a invasão espanhola de 1762, sendo que esse conflito acabou por conduzir ao derrube de parte das defesas brigantinas.
Com as guerras napoleónicas, teve início uma nova série de mutilações e pilhagens que se abateram sobre as gentes transmontanas. Assim, a paz chegaria apenas durante o século XX.
Características do Castelo de Bragança
Da grandeza e imponente perfil do medieval Castelo de Bragança é testemunha a sua magnífica cidadela. A primeira cerca de muralhas é transposta, sob a vigilância silenciosa dos dois torreões que se encontram junto à Porta de Santo António.
O acesso à povoação antiga é feito pela ogival Porta da Vila. As muralhas são reforçadas por cubelos e torres, destacando-se a bela “Torre da Princesa”.
No interior da praça de armas podem ser vistas as adaptações dos acessos e plataformas para a introdução da artilharia moderna.
Mais a sul desenvolvem-se os altos panos da segunda muralha, que se encontra encimada por largos merlões e adarves, além de variadas aberturas para as peças de artilharia.
Já no último reduto, é de destacar a magnífica Torre de Menagem, bem proporcionada e harmoniosamente concebida.
A arte militar gótica fez com que fosse dotada de importantes sistemas defensivos, tais como ameias com seteiras cruzetadas, balcões com mata-cães e cubelos angulares misulados.
No interior podem se observar salas cobertas por abóbadas de aresta reforçadas por arcos torais, prisão e cisterna.
Os surpreendentes espaços internos do Castelo de Bragança foram reorganizados e convertidos, desde 1936, em museu militar da região.
Fonte: História de Portugal